SANTANA DO LIVRAMENTO
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A região Fronteira-Oeste do Estado do Rio Grande do Sul atualmente é considerada a região mais empobrecida do Estado. A Tabela 1 demonstra que a maioria absoluta dos municípios da região possui o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) abaixo do índice do Estado (0,814) e também a maioria desses municípios possui renda per capita inferior ao índice do Estado (12.071).
Tabela 1 – Indicadores dos municípios da região Fronteira Oeste.
Município |
IDH-M (2000) |
Renda per capita (2003) |
Alegrete |
0,793 |
8.417 |
Uruguaiana |
0,788 |
8.976 |
São Borja |
0,798 |
10.552 |
Santana do Livramento |
0,803 |
5.329 |
Quarai |
0,776 |
7.058 |
Barra do Quarai |
0,777 |
26.564 |
Caçapava do Sul |
0,768 |
7.297 |
Itacurubi |
0,770 |
12.641 |
Itaqui |
0,801 |
13.731 |
Maçambará |
0,743 |
24.413 |
Manuel Viana |
0,754 |
9.636 |
Rosário do Sul |
0,769 |
7.258 |
Santa Margarida do Sul |
0,814 |
29.789 |
Rio Grande do Sul |
0,814 |
12.071
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Fonte: http://www.portalmunicipal.org.br.
A região fronteira oeste, juntamente com a região da campanha, se enquadra dentro da Região Funcional 6, denominação utilizada pelo Governo do Estado. Entre 1990 e 2002, o PIB per capita dessa região passou de R$ 6,9 mil para R$ 7,9 mil. Apesar de ter tido uma taxa de crescimento mais alta do que a média estadual, seu PIB per capita ainda é por volta de 76% do valor médio gaúcho. Seus 769 mil habitantes (7,6% do total do RS) produzem um PIB anual de mais de R$ 6 bilhões (5,9% do total) e ocupam 63 mil km2 (25% da superfície do estado).
O fato mais notório dessa região foi a sua desindustrialização: o setor secundário era responsável por quase um quarto do PIB regional em 1990 e caiu para cerca de 16% em 2002. Isso se mostra também nos dados referentes à ocupação entre 1991 e 2001: o número de trabalhadores com carteira assinada na indústria caiu à taxa de 4,5% a.a. (compensada, em parte, pelo aumento da informalidade no setor). Ao mesmo tempo, a participação da atividade agropecuária cresceu de 25% para 35% do total, superando as taxas de crescimento estaduais do setor, e mais do que compensou a tendência ao esvaziamento industrial. O setor de serviços manteve-se, aproximadamente, na mesma proporção (em torno de 40%) do PIB regional entre 1990 e 2002. Chama atenção, também, o fato de que a região abriga 6,4% da população ocupada gaúcha, dos quais 11,2% estão na Administração Pública.
Na indústria, pouco importante no âmbito estadual, os únicos setores que se destacam são os relacionados ao Processamento de Produtos de Origem Vegetal e Animal. Juntos, somam mais de dois terços da produção industrial da região funcional. A produção de cimento, com base nas jazidas de calcário nas proximidades de Bagé, tem também destaque na região, sendo responsável por 10% do valor adicionado industrial e tem-se mostrado dinâmica.
No setor agrícola, a orizicultura é a atividade primaz, representando mais de três quartos da produção agrícola regional. A produção tem crescido a taxas elevadas, o que fez com que 41% do arroz gaúcho fosse produzido nos dois COREDEs que compõem a região. O processamento de arroz também se dá na mesma proporção. Em seguida, o outro setor dominante é o da soja, com 17,5% da produção estadual, mas virtualmente não há processamento local.
Na produção de soja, a realizada na Fronteira Oeste é a mais eficiente do Estado, mas ainda cerca de um quinto da alcançada no Mato Grosso. A produção de trigo, apesar de pouco importante na região, é relativamente eficiente neste COREDE, posicionando-se em 3º lugar no âmbito nacional.
Na pecuária, a região se caracteriza por conter mais de um terço dos rebanhos bovinos estaduais e metade dos ovinos. São mais de 5 milhões de cabeças de gado e 2 milhões de ovelhas. Mais recentemente, houve um incremento do processamento desse tipo de carne, o que levou a que 32% dessa atividade no estado fossem realizados na região.
A concentração fundiária na região é notável. Segundo os dados do Censo Agropecuário de 1996, das quase 120 propriedades rurais gaúchas com mais de 5 mil hectares, metade estava localizada nas regiões Fronteira Oeste e Campanha, ocupavam 381 mil hectares e eram responsáveis por 6,3% do total da área das propriedades agropecuárias na região.
Está previsto que, entre 2003 e 2015, o PIB per capita das regiões Fronteira Oeste e Campanha passe de R$ 8.845 para R$ 12.058, gerando um crescimento esperado de 36,3% no período. Sua participação no PIB gaúcho cairá de 5,7% para 5,39%. Crescendo a taxas mais baixas que o Estado, a região tende a se afastar do PIB médio per capita: sua proporção quanto a ele deverá passar de 76% em 2003 para 73% em 2015. Existe um desafio em nossas mãos, desenvolver essa região.